quarta-feira, 22 de setembro de 2010

17ª Romaria das Águas - Irmão Antonio Cechin

Inês eAlfonsin (Caco), queridíssimos:
Em cima dos joelhos, a toda a brida, sob o peso das "obrigadas" que os mui amigos me impõem, está aí o que escrevi.
Primeiro corrijam algum erro possível, depois completem com tudo o que vocês, no centro da organização têm direito e ampliem como melhor acharem conveniente.
Abraços mil
Antônio Cechin

'Não poucos rios do Rio Grande do Sul formadores da grande bacia do Guaíba, desde que brotados das mãos do Criador Supremo do Universo, seguem fielmente em Romaria para Porto Alegre, a capital do Estado. Eles banham e fertilizam as terras em que vivem os dois terços da população gaúcha.

Devido à incúria de grande parte dessa população ribeirinha, as águas chegam ao Guaíba com alto grau de poluição. Nas ilhas do chamado delta do Jacuí, mais precisamente na Ilha Grande dos Marinheiros, o primeiro coletivo de catadores do Estado deu visibilidade à poluição não só das águas mas também de toda a natureza. Através da reciclagem dos resíduos sólidos eles nos ensinaram que a natureza não produz lixo. A partir deles aprendemos que lixo nada mais é que matéria-prima acumulada e fora de lugar. Reciclando, isto é, devolvendo os materiais separados às indústrias, famílias de extrema pobreza estão até hoje conseguindo manter a própria sobrevivência.

Foi a partir dos catadores das ilhas, rodeados de água por todos os lados, porém sem água potável, que surgiu a idéia de criar a Associação Senhora das Águas para ser uma ferramenta de massa, a fim de manter sempre acesa a luta pela despoluição de todos os mananciais do Rio Grande. Para todos os seres vivos, água é sinônimo de vida. Se não lutarmos por ela, as doenças se multiplicarão e acabaremos aos poucos com a própria natureza.

Se a ordem do Criador fez com que os rios, num caminho de ida, se movessem em Romaria para Porto Alegre, desta mesma cidade, num caminho de volta, neste décimo ano do século 21, o andor com a Senhora das Águas, “madrinha dos que não têm madrinha” segundo a invocação do Negrinho do Pastoreio, começa o seu retorno para todas as áreas das nascentes. Ela quer se espraiar por todos os rincões do Rio Grande do Sul que a desejarem.

Até o passado ano de 2009, a imagem da padroeira da Romaria fazia apenas pequenas incursões pela região metropolitana ou até a nascente de algum rio mais expressivo. Com nossa vontade de mover as populações de todas as vilas e cidades a se associarem a nós em favor da saúde do Planeta, decidimos por uma Romaria de duas mãos: a uma de vinda – divina – teríamos que responder com outra de volta – humana. Se os rios vêm até Porto Alegre por obra e graça divina, a Senhora das Águas, como Mãe de Deus, romeira em nome de todos nós, em caminho de volta desde Porto Alegre em direção às águas que nascem puras nas nascentes, quer sejam de arroios ou de grandes rios, porque não há vila ou cidade grande que não tenha algum manancial, sempre nos caminhos em que moram todos os seus filhos.

Nossa Romaria é por isso macro-ecumênica, isto é, quer a presença de todas as culturas e de todas as religiões sem exceção, basta para tanto serem todos os que a aceitam, pessoas de boa vontade e com vontade ecológica.'

“Romaria das Águas
Faz o povo se reunir
Pra mostrar sua alegria
E rezar co’a Mãe Maria”

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