domingo, 31 de julho de 2011

Oração - criação Irmão Cechin




O PEIXE É SÍMBOLO DE JESUS CRISTO
- Oração dos ecologistas, Romeiros das Águas -




Jesus de Nazaré,/ o vosso e nosso Deus / que é Pai e Mãe,/ amou-vos a tal ponto / que “por meio de vós / fez tudo no universo / e nada do que foi feito,/ foi feito vós!”/ A natureza por isso, / saída das mãos do vosso e nosso Pai,/ em sua admirável beleza, / fala em tudo e por tudo, / a vossa Pessoa. / Nós vos louvamos e bendizemos / porque no-la entregastes / a fim de que a administremos / como a nossa casa comum. /
Nossos antepassados, Senhor, / e nós também, / pecamos, / destruindo e poluindo o planeta Terra / que em cada detalhe / espelha a vossa imagem. / A natureza foi a vossa primeira linguagem / com a qual vos comunicastes conosco / mas que, infelizmente, / não soubemos entender e ler. / Pedimos perdão. / Como sois o Deus-Amor que perdoa sempre, / vos encarnastes / “plantando vossa tenda no meio de nós.” / Chamastes sempre a atenção de todos, / para o retrato do artista vosso Pai, / tanto na terra como nos céus, / ao dizer: / “olhai os lírios do campo / que não semeiam nem colhem,/ contudo nem Salomão em toda sua riqueza / se vestiu como um deles.” / Também atraístes nossa atenção / sobre “os passarinhos do céu, / aos quais o Pai, / “sem que trabalhem ou colham, / lhes fornece o alimento necessário.” /
Em vossas parábolas / recorrestes sempre a imagens da natureza, / para nos revelar os segredos do vosso coração. / Amastes como ninguém as águas / como fonte de vida. / Quisestes ser lavado e batizado no rio Jordão. / Junto ao mar da Galiléia / recrutastes pescadores, / para serem vossos discípulos. / De rudes pescadores de peixes, / os fizestes pescadores de pessoas /.
Os primeiros cristãos de Roma, / perseguidos e mortos pelos imperadores romanos, / escondiam o vosso santo nome / na imagem de um peixe. / As letras com que em grego escreviam a palavra peixe, / traduziam seu grito de fé e súplica de socorro: / “Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador nosso!” /
Hoje, Senhor, / a natureza, por toda a parte, / dá sinais de morte / como foi o sinal que nos destes / através da mortandade do rio dos Sinos. / Vós “viestes para nos dar VIDA / e vida em abundância!” / Morrestes na Cruz / a fim de dar-nos Vida, / sempre mais vida.
Senhor / as forças egoístas do mundo / que ontem vos mataram / são as mesmas que hoje crucificam / também a natureza que, / segundo vosso discípulo Paulo, / “sofre em dores de parto / esperando a manifestação dos filhos de Deus “/ que somos nós.
Daí-nos Senhor, / também a nós, / aquela indignação ética / com que expulsastes os vendilhões do templo, / a fim de que consigamos fazer cessar a morte/ dos pobres desse mundo / e a morte da vossa criação, / representada nesse Peixe de ventre para o alto, / revelando vosso mistério de Morte na Cruz. /
Piedade Senhor! / Piedade de nós, / porque pecamos ao longo dos séculos, / matando irmãos e matando a natureza! / Isto vos pedimos / por intercessão de vossa e nossa Mãe, / a Senhora das Águas / e Rainha da Ecologia.


AMÉM!


Está aqui a imagem que ilustrou cartazes de uns dois ou três anos atrás quando houve a grande mortandade do rio dos Sinos. Uma Cruz e no braço horizontal o peixe de barriga pra cima, pregado em lugar do Cristo. Essa Cruz-Peixe era a cruz dos cristãos das catacumbas, nos primórdios da Igreja. É que a palavra peixe, em língua grega ICHTUS tem as iniciais da prece dos caçados pelo imperador romano para o martírio e, já naquele tempo, conheciam as pessoas de fé cristã, a linguagem cifrada. Aproveitando as iniciais gregas para o peixe era uma súplica: Jesus Cristo, Filho de Deus e nosso Salvador!
Esta oração fabriquei no ano do desastre do rio dos Sinos. Para, naturalmente, rezarmos todos juntos em voz alta, separei as pausas a fazer mediante uma barra.

Irmão Antonio Cechin

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