quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Anos 90

Em 1993 na Comunidade de Papeleiros na Ilha Grande dos Marinheiros, Parque Estadual Delta do Jacuí, os moradores rodeados de água por todos os lados, não tinham água para beber, dependendo de carros-pipa. O irmão Cechim viu que das toneladas de lixo que as águas carregavam - principalmente durante as enchentes costumeiras - os ilhéus poderiam retirar sustento e, ao mesmo tempo, contribuir para a despoluição. Iniciou-se o movimento de reciclagem do lixo e despoluição das águas a partir do trabalho em um grande mutirão de mulheres pobres que vendem os produtos para garantir a sobrevivência de suas famílias. Na separação dos materiais é encontrada dentro de um saco plástico uma imagem quebrada de Nossa Senhora Aparecida. Reciclada por mãos femininas a imagem é restaurada e devolvida ao culto sobre o altar. Aparecida, agora no lixo, a Mãe do Céu se identifica com essas mulheres, quebradas, excluídas, dando-lhes o sinal do resgate da dignidade, pois, trabalhando em comunidade, respeitando a natureza, podem exercitar a cidadania e conquistar a melhoria de vida.
Em 1994 - Inicia a Romaria das Águas. O evento nasce como afirmação da devoção ao lago. É criada a Procissão Fluvial Nossa Senhora Aparecida com o principal objetivo de, a parir da fé religiosa, reverter a poluição das águas e implantar o monitoramento participativo dos rios e arroios que formam o lago Guaíba. Em 13/05/1994 é fundada a ONG Devoção de Nossa Senhora Aparecida, uma entidade leiga, de caráter religioso e social, aberta a todos que quiserem participar.
Em 1999 de Romaria do lago passou a abranger toda a Região Hidrográfica do Guaíba. "De nada adiantaria se apenas o lago Guaíba fosse despoluído, pois ele recebe diretamente as águas dos rios dos Sinos, Gravataí, Caí e Jacuí", sentencia Cechim.

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